segunda-feira, 19 de julho de 2010

ou não

ou não é muito normal então é muito natural que possa ser tudo ao contrário

tinha um livro quando eu era pequena onde tudo era ao contrário e tinha que comer muita sobremesa para poder traçar, enfim, um bifinho mal passado

temido avesso, é só um ponto
um pontinho no infinito

o tempo brinca soprando caracóis

y o mundo vira cambalhotas
eclipse feladaputa casí nos mata para deixar-nos melhores

domingo, 18 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

não me ame
não guarde em si o que não penetra em mim
- y si encontrares un cara bueno, vaya.

rasga a pele, táca sal, táca álcool, táca fogo
joga no mar

repousa morta no fundo
cidade fantasma de caminho proibido
para que não se esquente ao sol
nem flutue no ar

e envenena aos poucos, foda e docemente, todo o encanto
gritando: -sensatez!


eu só não sei quando foi que eu disse que vim para esse mundo para ser sensata

quinta-feira, 15 de julho de 2010

a situação-foda
te aponta o dedo contra a parede
calado
quietinho, meu irmão

- mão na cabeça!
estanca a lava da mente
roja e revolta lógica
encobre a pureza indomável

e o amor,
ah
o amor nunca levará culpa
porque os de verdade
sempre se da(doa)rão à toa

não dá pra produzir, saca?

[tão pouco é fácil ou certo administrar]

quinta-feira, 8 de julho de 2010

polvo,
estende os tentáculos desde o peito
e com abraços
espiralado
imagina capturar toda a essência

ela,
etérea,
escapa às ventosas

acaba se enroscando em nós
sozinho

é infinitamente mais difícil ser livre quando não se enxerga que nenhuma dor é real