segunda-feira, 22 de junho de 2015

minha vó morreu numa quinta-feira
era carnaval em março
uma  bagunça

no último dia ela não falava mais com a boca, mas com a mente me orientou
eu peguei o livro de orações 
que ela levava para algum cantinho, sobre os joelhos, pedir com seu amor irresistível os milagres
e li
aleatória
a extrema unção
(enquanto lia eu pensava credo que deus mais brabo e cala a boca e lê respeita que é ela)

na madrugada passei as roupinhas brancas, e costurei a calcinha dela, minha linda parca que pedalava aquele som gostoso da máquina de costurar

Agora tem um templo no pé do monte, e se espalha pelo mundo com os pescoços das abóboras
como num livrinho que tive

na sexta-feira tinha que ver uma escola pra dar aula
na segunda-feira eu sai de casa pra fazer isso, com uma lista de escolas de eja na mão eu pedi: -vó, onde que eu vou?
- na epa.

o makarenko, com esse nome eu achava que era até anarquista
dai eu fiquei sabendo de um cara chamado fibonacci e chorei de lindeza esse mundo
buda do lua e os mestres vibrando lá do himalaia

que eu não preciso escolher ou incorporar aquilo que eu só posso e preciso olhar com a cara bem perto da cara das formigas

terça-feira, 16 de junho de 2015

sonhei com alguém que era como o zé celso quando balança os cabelos brancos em volta da careca de palhaço com o dedo em riste:
- estudo de caso é uma desconjuntura! um crime! é um crime!

quinta-feira, 11 de junho de 2015


Buscando ampliar as fontes (e horizontes) que dessem conta e vazão às dúvidas e hipóteses que eletrizavam minha cuca e pelos ao me orientar, o caminho natural que percorri em seguida foi: