segunda-feira, 5 de outubro de 2009

y veio um nó na garganta
y um gelo que lembra medo
de um lugar sem tempo
sensação sem nome
apertar os olhos com a mesma força com que jogar luz por todos os buraquinhos do corpo
encolher os ombros
y tragar fundo

espantei o inseto que rodopiava na altura da minha orelha e que tinha pousado em uma coxa,com uns tapinhas que quase esmagaram-lhe tudo, tendo no segundo seguinte a nítida e plena certeza de que dentro tinha alguém querendo minha companhia, só isso
daí me doeu e ele não voltou mais, que foi a certeza que eu tive no outro segundo.

y agora, nesses últimos segundos, y só nesses
ele deu uma decolagem das mais furiosa, percorrendo meu perímetro, mergulhando no horizonte que mora na altura do topo da minha cabeça
me deixando um mantra no ouvido
um barulho curto de voar