me chamam insolente
nao tiro a razao
eu reconheco minha descompostura
eu nao tenho a razao de ter a razao
tendo a razao
e nenhuma razao que queira justificar
o martir
nao eh possivel controlar a expansao
porque ela veio matar a repressao
energia bruta e violenta
questionando nossa vaidade
nos engasgos da truculencia
do que chamavamos amor
morro a cada piscada de olhos que nao compartem
e nao nasco porque so se nasce uma vez
imobilizada por esta razao impronunciavel
nao me agarro a raiz ou tronco
no conduto do descredito
sem justificativas para explicar porque a justica nao existe porque nao faz sentido
nem pelo o que deve ser substituida
(nada nesse puto mundo eh substituido)
desconheco forca maior que me mova
que a des/consciencia
qualquer forma de tridimensionar o espirito
gera constrangimento
eu nao posso compreender a natureza da necessidade da justificacao
e a isso chamam fraqueza
e isso vem machucando muita gente
a dor de existir desse jeito
eh o mundo inteiro junto
meu espirito lamenta cada morte
meu espirito nada celebra
mas ele ignora tudo
sentada muito pequena nesse degrau gigantesco
eu sinto o veu oprimindo, oprimindo
a força
tudo que eu sei sobre o que for eh a força
e eu estou rendida
e eu tenho um espirito em paz
e uma mente doente