segunda-feira, 5 de novembro de 2012

me chamam insolente

nao tiro a razao

eu reconheco minha descompostura

eu nao tenho a razao de ter a razao
tendo a razao
e nenhuma razao que queira justificar
o martir

nao eh possivel controlar a expansao
porque ela veio matar a repressao

energia bruta e violenta
questionando nossa vaidade
nos engasgos da truculencia
do que chamavamos amor

morro a cada piscada de olhos que nao compartem
e nao nasco porque so se nasce uma vez
imobilizada por esta razao impronunciavel
nao me agarro a raiz ou tronco
no conduto do descredito

sem justificativas para explicar porque a justica nao existe porque nao faz sentido
nem pelo o que deve ser substituida
(nada nesse puto mundo eh substituido)

desconheco forca maior que me mova
que a des/consciencia

qualquer forma de tridimensionar o espirito
gera constrangimento

eu nao posso compreender a natureza da necessidade da justificacao
e a isso chamam fraqueza
e isso vem machucando muita gente

a dor de existir desse jeito
eh o mundo inteiro junto
meu espirito lamenta cada morte
meu espirito nada celebra
mas ele ignora tudo

sentada muito pequena nesse degrau gigantesco
eu sinto o veu oprimindo, oprimindo
a força

tudo que eu sei sobre o que for eh a força
e eu estou rendida
e eu tenho um espirito em paz
e uma mente doente